ELEIÇÕES

Saiba quem é Beatriz Cunha, a vereadora mais jovem eleita em Guimarães-MA

Em entrevista ao G7, a jovem estudante de Engenharia Civil, de 22 anos de idade, fala de sua trajetória até ser eleita

A Câmara Municipal de Vereadores de Guimarães-MA no Litoral Ocidental Maranhense é composta por 9 parlamentares. A partir de janeiro de 2021 a casa de leis vimarense vai contar com uma jovem estudante de 22 anos, que começou escrever sua história na política vimarense em 2020. Estudante de Engenharia Civil, Brendha Beatriz de Sousa Cunha ou simplesmente Beatriz Cunha, foi eleita no último dia 15 de novembro a vereadora mais jovem de Guimarães com 200 votos conscientes, deixando no banco de reservas, velhos políticos vimarenses. Natural do município de Cururupu, já que naquele ano não tinha médico em Guimarães, Beatriz fez uma campanha diferente e caiu nas graças dos vimarenses, que viram na jovem um futuro promissor na política.

A jovem vereadora eleita concedeu uma entrevista ao Portal G7 com exclusividade. Abaixo a entrevista na íntegra da estudante e vereadora. Acompanhe a entrevista Ping-Pong.

G7 – Fale um pouco de sua vida pessoal, familiar e profissional.

BC = Me chamo Beatriz Cunha, nasci em Cururupu, município localizado no litoral ocidental do Maranhão, tenho 22 anos, moro em São Luís desde 2013, devido à escassez de oportunidades de estudo e emprego no município. Meus pais são professores da Rede Estadual e Municipal de Ensino, sendo que minha mãe reside em Guimarães e meu pai, hoje reside em São Luís. Resido no município de São Luís, no qual estudo, com minha Irmã mais velha, que também veio para a capital em busca de oportunidades.

Faço o 10º período de Engenharia Civil na UNDB, antes da pandemia estava exercendo estágio remunerado em empresa privada do ramo de construção, minha atividade era voltada para a Interpretação e Análise de Projetos e Planilhamento de Corte e Dobra do Aço. Anteriormente já havia estagiado de forma voluntária com o Engenheiro Felipe, forte atuação em construções residenciais. Essa experiência foi a primeira que obtive para minha capacitação profissional.

Hoje estou nos estágios finais para exercer a minha profissão e já me considero preparada para ingressar no mundo da engenharia como profissional com sede de aprendizado e determinação. Meu sonho é poder atuar pelo interior do Estado, levando às famílias mais carentes melhores condições de vida, atuando em obras que venham mudar a vida de cada morador/pessoa.

G7 – Você sempre estudou em escola pública? Qual sua visão da escola pública?

BC = Estudei do maternal (antes chamado de Jardim de Infância) até a 8ª série do ensino fundamental. Estudei no Jardim de Infância Leda Tajla, onde fui alfabetizada pela professora Maria José, de quem me lembro com muito carinho. Estudei da 1ª a 4ª série na Unidade Integrada Dr. Urbano Santos, onde lembro com afeição da Professora Marinilce e por fim da 5ª a 8ª série na Unidade Escolar Nossa Senhora da Assunção, onde tive o privilégio de ter grandes professores. Mas, foi neste momento que descobri o amor pelos cálculos, através do Professor Pereira e da Professora Santana, as aulas eram as melhores e despertavam meu mais profundo interesse. Tenho com muito carinho a lembrança das aulas da Professora Carmel, eram interativas e nos ensinavam a conviver com as diferenças.

A escola pública enfrenta muitos desafios, estrutura física precária (estudávamos no prédio Vilagem, onde nos períodos de chuva precisávamos usar sombrinhas nas salas de aula; tínhamos que lidar com a escassez de livros; não tínhamos acesso à internet, entre outras precariedades. Mas, naquela época, sentia-se um grande compromisso por parte de uma parcela significativa dos professores. Percebe-se que a classe dos professores Vimarenses leciona por amor. E eu sou o fruto desse investimento.

Tenho muito orgulho de dizer que vim da escola pública e que embora tenhamos limitações, a força de vontade, a dedicação dos professores e o incentivo de minha família pude ter uma educação de qualidade.

G7 – Quem são seus pais? Quantos irmãos você tem?

BC = Meu pai se chama Carlos Cunha, Vimarense, nasceu em Cumã, professor de Matemática da rede Estadual, exerceu por 02 mandatos o cargo de Vereador do município de Guimarães, sendo no último, eleito presidente da Câmara. É um pai amigo, companheiro e que nos incentiva a sermos pessoas/filhas/amigas humanas, que tenhamos atitudes éticas e que sejamos mulheres independentes.

Minha mãe se chama Kátia Sousa, Vimarense, professora de História da Rede Municipal de Ensino, empresária (temos uma pequena Pousada no município). Mamãe sempre teve forte empenho com a atuação comunitária, tem personalidade forte e nos incentiva a sermos mulheres independentes, fortes, destemidas, sem dúvidas é a minha maior motivação. Minha mãe é a minha amiga e companheira de todas as horas.

Tenho duas irmãs, uma de 26 anos, se chama Brenna Cunha e outra de 24 que se chama Carolina Cunha. A vida me deu uma terceira irmã, a caçula, Kamylla Sousa de 18 anos. Somos uma família de mulheres.

G7 – O que você pretende fazer, além da política?

BC = Pretendo exercer a minha profissão de Engenheira Civil, quero ser uma profissional ética e do campo. Não quero ser apenas uma profissional do “escritório”. Gosto do contato humano, do olho no olho e de estar presente na obra.

G7 – Por que você escolheu ingressar na política?

BC = Meu pai já foi político e ingressou muito jovem, minha mãe nos educou para sermos simples e ajudar sempre o próximo… o mundo político sempre esteve no meu dia a dia. Mas, esse sentido surgiu devido ao atual cenário que se encontra Guimarães, os meus amigos jovens que ficaram na cidade não tiveram oportunidade de emprego, não tiveram acesso a cursos preparatórios para ENEM, os jovens da “nova geração” passaram a se envolver no mundo das drogas pela falta de oportunidades e todos os dias via que, em Guimarães não se tinha um representante para a Juventude e que os nossos atuais governantes já estavam viciados em suas práticas, muitas das vezes nem se quer tinham posicionamento em prol do povo, apenas se manifestavam para interesse político ou próprio.

Eu acredito na força do jovem e na vontade de fazer a diferença, fiz um trabalho de campanha com a ajuda de jovens: negros, brancos, índios, gay, lésbica, hétero, homens, mulheres, pai e mãe solteira, fizemos o trabalho juntos. Eles confiaram em mim, dividimos a comida, o medo, a determinação, enfrentamos as mentiras e até mesmo a forte compra de voto dos adversários. Chegamos aqui com a nossa verdade, sem trapaças!

G7  – Quem é Beatriz Cunha?

BC = Sou uma jovem simples e gosto de cativar as pessoas com um sorriso. Costumo dizer que a educação dos filhos é o retrato dos pais. É neste momento, que aproveito a oportunidade para agradecer a minha Mãe, por me nutrir com tudo que eu precisava para ser a pessoa que estou me tornando. Amor, disciplina, obediência, respeito, princípios e valores. Do alimento físico ao espiritual. Sou o resultado de uma grande mulher, exemplo de força e luta. Agradeço por todo conhecimento e por ser a minha melhor amiga, a minha jóia do amor infinito. O meu amor por ti, é do tamanho do produto entre dois infinitos elevado ao infinito. Te amo, mãe.

G7 – Como você define a gestão do município de Guimarães dos últimos 20 anos?

BC = Defino como uma gestão retrógrada, a impressão que tenho é que na proporção que se avança quatro casas, retorna-se duas. Noto que nesses últimos 4 anos, o quanto valorizam a contratação de funcionários fantasmas, por serem primos, sobrinhos e amigos do prefeito, e a taxa de desemprego cada vez maior. A procura incessante pela oportunidade de emprego não diminui nunca. Nesta atual administração, tem mais de uma dúzia de gente acumulando funções e salários, enquanto isso, muitas famílias não têm vez. Estão com seus jovens em casa, sem ter ocupação, sem produzir renda. Precisamos de uma gestão que tenha como pauta a geração de emprego e renda voltada para às pessoas da própria cidade, os jovens de Guimarães têm muito potencial, necessitam apenas de uma oportunidade.

G7 – Você tem pretensões maiores na política vimarense?

BC = Caminharei de acordo com a vontade e necessidade do povo vimarense. A minha trajetória política será construída diretamente pelo povo e com o povo.

G7 – Qual seu amor por Guimarães?

BC = Guimarães é o berço de minha história. É aqui que minhas raízes estão fincadas. E é aqui que quero que meus filhos possam conhecer e compartilhar da experiência e oportunidade de crescer brincando com os coleguinhas do bairro, de crescer com o pé no chão e entender que é necessário ter simplicidade e humildade na vida. Sou apaixonada pela cidade do Sol e do Mar. Gosto da forma que a maré beija a areia da praia, de apreciar o voo dos guarás no final da tarde, da harmonia da vida pacata e da poesia que se é recitada pelos ventos que entrelaçam nas folhas dos coqueiros e se eterniza no céu azul. Guimarães é uma cidade de muitos encantos, terra de poetas e minha também.

G7 – Se você tivesse que mudar algo em Guimarães com urgência, o que seria feito?

BC = O drama que é vivido no Hospital Municipal de Guimarães, onde a falta de mantimentos, médicos especializados, realização de exames e atendimento mais humanizados por parte de muitos profissionais, onde muitos dos pacientes são destratados e não são confortados num momento de sofrimento. Além de não possuir a mínima estrutura para atender com dignidade e eficácia um paciente. Chega a ser revoltante, a precariedade enfrentada no sistema de saúde de Guimarães.

O descaso se estende na área da infraestrutura, onde podemos ver a falta de planejamento e desperdício de dinheiro público; na educação e o quanto os nossos jovens estão esquecidos e abandonados na comunidade. E cada vez mais estão optando pelo caminho das drogas e da marginalidade por falta de oportunidades e perspectiva de futuro. É uma realidade que assola nossa comunidade e nos deixa bastante preocupados. Os jovens vimarenses necessitam também de uma atenção especial.

G7 – Como você traçou seu planejamento de campanha?

BC = Boa Pergunta! Busquei utilizar o conhecimento adquirido em sala de aula, tive a oportunidade de imersão no mundo de novas ferramentas de gestão e inovação, e assim coloquei o aprendizado em prática para o planejamento da campanha.

Pude contar com o auxílio da Ferramenta 5W2H, que consiste em 7 perguntas que me ajudaram a me nortear nesta jornada: O que será feito? Quem vai fazer? Por que deverá ser feito? Onde deverá ser feito? Quando fazer? E Quanto vai custar?

Também utilizei o Design Thinking como abordagem para mapear e entender melhor a realidade e necessidade das pessoas. Com base nessa ferramenta, inicialmente sentei com 02 jovens da comunidade, Ianka e Celyne, juntos delas desenvolvi todas as minhas propostas de atividades a serem desenvolvidas junto ao executivo (proposições de projetos/leis e algumas ações que poderão ser desenvolvidas com o apoio da comunidade);

Após elencar as dificuldades dos Vimarenses e consequentemente as propostas, iniciei o trabalho nas redes sociais. Naquele momento esse era meu maior canal de comunicação, visto que não possuía carro e nem recurso financeiro. Com o auxílio de Vladinie, chegamos a hastag “#eutôcomamenina”, a finalidade era popularizar a ideia de uma jovem e mulher, de cativar o jovem a abraçar essa causa. Criei uma página no Facebook, administrada por mim e meu próprio Instagram. Criei ainda dois grandes grupos de WhatsApp chamados “Beatriz Cunha 2020 e Força Jovem”.

Os militantes – como se chama os jovens que trabalham na eleição. Eu chamo de meus amigos, fiz o convite pessoalmente a cada um deles, fui na casa deles, conversei com os pais e eles abraçaram a causa. Trabalharam comigo voluntariamente, tínhamos horário, reuniões de estudo, organização de material, criamos até uma Bikedoor, onde os próprios amigos doaram a bicicleta. Em Guimarães foi algo inédito.

No tocante a identidade visual, tudo eu cuidei e idealizei, tive apoio de alguns profissionais ainda não tão famosos, mas de extrema competência, Carol e Phillipe Sampaio, eles auxiliavam em tempo hábil e de muita qualidade aquilo que não conseguia idealizar. Mas, confesso que o CANVA, foi meu amigo e economizou muito os custos voltados para comunicação. Ele é a solução quando se fala em orçamento limitado.

Por fim, não menos importante, fizemos o Grito da Juventude, fomos sozinhos, para as ruas, eu e os jovens, crianças, idosos para a rua de moto e carro, cantando nossas músicas e pedindo o apoio aos demais moradores, foi muito bonito e acredito que teve um impacto positivo. Não recordo ações anteriores como essa feita por nenhum candidato a vereador sozinho, somente acompanhado de seu candidato a prefeito.

E com o coração cheio de gratidão, cito a minha irmã Brenna, que foi de extrema importância neste projeto político. Foram noites em claro, conversando e organizando as ideias e trabalhando para me ajudar a pôr em prática. Pensamos juntas fora da caixa para fazermos nossa campanha de forma limpa, com verdade e de fazermos DIFERENTE. De não sermos só mais um. Mas de deixarmos nosso legado, com respeito, compromisso e seriedade.

G7 – Qual sua mensagem para a mulher sobre política?

BC = Alcançamos muitas conquistas importantes, como direitos sociais, políticos e trabalhistas ao longo dos anos por movimentos reivindicatórios. Mas ainda precisamos avançar na política radicalizando a democracia. Michelle Bachelet, ex presidente do Chile disse: “ Quando uma mulher entra na política, muda a mulher. Quando muitas mulheres entram na política, muda a política”. Compartilho do pensamento de Michelle e acredito que temos que mudar o cenário político de nosso país sim. E democracia forte, se faz com mais mulheres na política. Hoje, sou a mulher mais jovem eleita para ocupar uma cadeira na Câmara Legislativa de Guimarães e enalteço o fato de sermos a maioria na câmara, com 5 mulheres eleitas. Isto só comprova que lugar de mulher é onde ela quiser. Seja em casa, na sala de aula, na rua, na câmara ou na obra. Nós podemos sim!

G7 – Qual a importância da família no processo político?

BC = A fundação é um dos elementos mais importantes na construção de um imóvel. É a parte da obra que é responsável por suportar o peso e manter o prédio fixo e nivelado ao terreno. Assim é a família. Se não tivermos o alicerce familiar, não conseguimos enfrentar os medos e os desafios que a vida nos impõe. Acredito firmemente que em todos os projetos que se decida seguir na vida, o apoio e incentivo da família é de extrema importância.

Quando Dr Artur Farias, me fez o convite para ser candidata a vereadora de nossa cidade, a primeira coisa que fiz, foi conversar com minha família e perguntar o que achavam da possibilidade. E só depois pude tomar a decisão em aceitar o convite de um dos maiores líderes políticos vimarenses. E graças a Deus, fui abençoada em ter minha família empenhada e caminhando junto comigo. Agradeço de forma especial, o empenho do Meu Avô, que mesmo com as limitações na saúde, não mediu esforços e segurou na minha mão e assim seguimos juntos. Sem minha família, eu nada seria.

G7 – Quais os projetos futuros?

BC = Pretendo estar sempre na busca contínua de aprendizado e capacitação. A engenharia movimenta o mundo e está sempre em constante evolução. Quero poder por meio da minha profissão, estar desenvolvendo projetos e ações para ajudar a minha comunidade. Acredito que os jovens que tiveram a oportunidade de estudo, têm a obrigação de estar contribuindo com a sua comunidade. E assim, pretendo fazer. Quero ser ponte para construirmos um futuro melhor.

G7  – O que você pensa sobre a corrupção na política?

BC = Infelizmente a corrupção está enraizada na velha política. Precisamos vencer a prática de colocar interesses pessoais acima do interesse do coletivo. Nesta atual administração vimarense, vimos quase dois milhões de reais sendo gastos com fornecimento de material gráfico em pleno período eleitoral. Tal investimento nos chama atenção, já que é por meio deste tipo de gasto que também acontece as manobras para a corrupção. Já que se busca entender qual a necessidade que Guimarães tem de gastar esse valor em material gráfico? Nenhuma! Esse dinheiro poderia ter sido investido na nossa saúde, no nosso hospital que está precário. É uma vergonha. Isto é o preço que pagamos por uma má gestão e por colocarmos pessoas despreparadas para assumir cargos de extrema importância. Precisamos de uma política de novas ideias, de novas práticas. Precisamos trocar o singular pelo plural. Trocar o “eu” por “nós” e assim cortar o mal pela raiz.

G7 – Tens algum arrependimento ou algo que gostaria de fazer pelo povo?

BC = Não tenho nenhum arrependimento. Fizemos nosso trabalho com pé no chão e com respeito à democracia. Gostaria de agradecer à população vimarense que depositou a confiança em meu nome. Chegamos aqui com a nossa verdade, sem trapaças. Fizemos uma campanha limpa, indo de casa em casa pedindo a oportunidade ao eleitor de nos analisar, nos estudar e assim caminharmos juntos. De forma especial, agradeço a todos os jovens que trabalharam comigo de forma voluntária e me ajudaram a chegar até aqui, acreditaram que é possível e juntos mostramos a força do protagonismo juvenil. A juventude está na câmara e juntos iremos dar continuidade em nossos trabalhos. Esta vitória também é de vocês!

 G7 – Como será seu mandato a partir de janeiro?

BC = Em minha vida sempre fui movida pelas ideias e vontade de fazer o bem. Estar com as pessoas, ao lado delas, ouvindo e apoiando, sempre foi uma missão que aprendi desde cedo. Acredito na força que temos enquanto transformadores do mundo. Creio que só é possível obter resultados positivos quando temos um conjunto de pessoas, que confiam nos nossos ideais, ao nosso lado. É o momento de colocarmos nossas ideias em prática, de construirmos juntos este mandato.

Desta forma, reafirmando o meu compromisso com a juventude vimarense, irei criar uma Associação Sem fins lucrativos, para gerir programas e atividades voltados para os jovens vimarenses. Para início, teremos uma parceria, eu com os jovens e os jovens comigo. Onde buscarei apoio em instituições público-privadas, e demais parcerias.  Sendo assim, o meu mandato se iniciará junto com a Casa da Juventude.

Empenho aqui a minha palavra que serei vigilante, darei sugestões, fiscalizarei e principalmente, farei cobranças permanentes sobre os compromissos assumidos pela atual administração. Serei incansável para alcançarmos a mudança que tanto almejamos!

Siglas:

G7 = Portal G7

BC = Beatriz Cunha

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