POLÍTICA

Violência contra a mulher é tema de debate no Seminário de Legisladoras

Participaram como palestrantes a delegada Kasumi Tanaka, a deputada Tia Ju e a ministra Edilene Lôbo

“Dados de 2022 mostram que aumentaram os índices relativos à violência contra a mulher, com 250 mil vítimas”, informou a delegada da Polícia Civil do Maranhão, Kasumi Tanaka, durante sua palestra na Mesa Redonda que debateu o tema ‘Pelo fim das violências contra as mulheres’ no 1º Seminário de Legisladoras – Mulheres no Poder. O evento aconteceu na tarde desta terça-feira (5), no Centro de Convenções do Multicenter Sebrae.

Coordenaram a mesa de debates a deputada Tia Ju, da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, e a diretora da Casa da Mulher Brasileira no Maranhão, Susan Lucena. A mesa contou, ainda, com a participação da ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edilene Lôbo, e da juíza federal do Rio de Janeiro, Cláudia Bastos, membro do Tribunal Regional Federal da 2ª região.

A ministra Edilene Lôbo abordou a questão da violência política contra a mulher, enfatizando a atuação forte do TSE em punir com a cassação de mandatos os responsáveis por crimes eleitorais contra as mulheres, inclusive os partidos políticos, por má utilização dos recursos de campanha política para as mulheres.

“É importante que tenhamos a difusão e a criação de canais para denúncias, apuração e punição dessas condutas, principalmente divulgando os endereços na internet, nas Ouvidorias da mulher e outros locais. É fundamental conhecermos esses canais e divulgarmos ao máximo. Assim poderemos diminuir os índices alarmantes de violência política contra as mulheres”, ressaltou.

Além de apresentar dados estatísticos consistentes sobre o crescimento de todos os índices relativos à violência contra a mulher, Kasumi Tanaka disse que o machismo, assim como o sexismo, é estrutural na sociedade brasileira.

“Precisamos buscar estratégias além do que a gente vem fazendo para alcançar resultados diferentes. As políticas públicas em defesa dos direitos das mulheres são muito importantes, inclusive precisam ser ampliadas, mas elas por si só não resolvem o problema. A gente precisa se corresponsabilizar pela realidade que está aí para avançarmos na luta pelos nossos direitos”, defendeu.

Por sua vez, a juíza Cláudia Valéria Bastos, as mulheres, historicamente, sempre estiveram em lugares de submissão e, por isso, se formou uma sociedade patriarcal e sexista. “Mas a culpa é nossa, não só dos homens. Pois somos 52% da população e não somos maioria nos espaços de poder. Acredito que é porque mulher não vota em mulher, vota no homem. Não podemos nos enganar”, advertiu.

Por fim, Cláudia Valéria afirmou que a violência institucional é silenciosa e simbólica e que vai continuar existindo. “Homens e mulheres precisam andar lado a lado em busca da construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Temos que superar as barreiras atitudinais para avançarmos na luta em defesa dos direitos das mulheres na sociedade”, acentuou.

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