Vereador Renato Cinco é assaltado logo após deixar local onde Marielle Franco morreu
Pouco mais de quatro horas após a morte de Marielle Franco, assassinada no Estácio, na Zona Norte do Rio, na noite desta quarta-feira, outro vereador do PSOL foi vítima de um crime na região. Renato Cinco, que visitou o local do homicídio logo depois de deixar uma vigília pela colega na sede do partido, foi assaltado na companhia da namorada a cerca de 400 metros da esquina entre as ruas Joaquim Palhares e João Paulo I, onde Marielle foi alvo de quatro tiros na cabeça.
Renato passava de carro com a companheira pela Avenida Salvador de Sá, na Cidade Nova, quando quatro homens armados desceram de outro veículo e anunciaram o roubo, por volta das 2h desta quinta-feira. Os bandidos tentaram levar o automóvel do casal, mas a chave quebrou na ignição. O bando acabou fugindo com celulares e outros pertences do parlamentar e da namorada.
O colega da Câmara de Vereadores, Renato Cinco confidenciou que sua primeira reação, ao se deparar com os criminosos, foi de que o ataque poderia ter alguma relação com o assassinato de Marielle Franco. Em seguida, quando o assalto “comum” foi anunciado, a sensação teria sido de alívio. Às voltas com as homenagens à colega de partido, Cinco ainda não registrou ocorrência, mas ainda irá a uma delegacia.
Marielle Franco seria anunciada em breve pelo PSOL como candidata do partido a vice-governadora do Rio na chapa do também vereador Tarcísio Motta, outro a visitar o local do crime na noite desta quarta-feira. Na última sexta, a parlamentar participou de uma série de reuniões internas do partido para definir quando a candidatura seria oficializada.
Policiais da Divisão de Homicídios (DH) que investigam o assassinato acreditam que os responsáveis pelo crime já sabiam o lugar exato que a parlamentar ocupava dentro do carro: no banco traseiro à direita. Segundo agentes da especializada, os disparos foram feitos de trás para frente do veículo e entraram pela janela lateral traseira. Por estar na linha de tiro, o motorista Anderson Pedro Gomes também foi alvejado e morto. O automóvel, um Chevrolet Agile branco, tem vidros escurecidos. Nenhum pertence foi levado. A principal linha de investigação é a de execução.
Os agentes encontraram nove estojos no local do crime. A assessora de imprensa de Marielle, que estava sentada ao seu lado no banco traseiro, foi atingida por estilhaços. A polícia já sabe que os disparos partiram de uma pistola 9mm. Peritos da DH acreditam que o atirador tenha usado uma pistola com kit rajada, capaz de fazer disparos em série.
Jornal Extra RJ