Produtores, pesquisadores e estudantes discutem rumos da produção de mel na Baixada Maranhense.
Cerca de 700 participantes, entre produtores, pesquisadores, especialistas e estudantes, estiveram reunidos na oitava edição do Encontro sobre Abelhas Nativas da Baixada Maranhense, realizado pela Universidade Estadual do Maranhão (Uema) em parceria com o Sebrae Maranhão, no período de 26 a 28 de novembro no município de São Bento.
O evento recebeu o apoio institucional da Agência Estadual de Pesquisa e Extensão Rural (Agerp-MA), do Senar, da Cooperativa Agroecológica do Mel na Baixada (Coamel), da Prefeitura Municipal de São Bento e discutiu os melhores caminhos para a produção do mel da abelha sem ferrão conhecida como tiúba, nativa da região. Na oportunidade, também aconteceu o I Encontro de Apicultura na Baixada Maranhense.
As atividades do encontro foram realizadas na Fazenda Escola da Uema, com uma vasta programação que incluiu palestras, oficinas e uma reunião da Câmara Estadual do Mel, tratando de temas comuns à atividade econômica, como modernização das técnicas de manejo, legislação sanitária, além da utilização de produtos advindos das abelhas na agricultura familiar, dentre outros.
Segundo o Prof. Dr. José de Ribamar Barros, que esteve na coordenação do evento, além das discussões teóricas, seis oficinas levaram os participantes a vivenciar as mais diversas práticas relacionadas à produção do mel da abelha tiúba, sem desviar o foco da sustentabilidade.
“São atividades que envolvem a meliponicultura e a apicultura e que se mostram como oportunidades no segmento, desde a utilização dos diferentes coletores para extração de mel; a culinária meliponícola; multiplicação de colmeias; produção de creme terapêutico e hidratante para os pés com mel e extratos naturais das abelhas; suplementação de alimentos proteicos alternativos para abelhas africanizadas e produção de mudas meliponículas”, disse o professor.
Durante a solenidade de abertura do evento, o diretor superintendente do Sebrae no Maranhão, João Martins, destacou a importância da meliponicultura e da apicultura como geração de riquezas para a região, reconhecidamente uma das mais pobres do Estado. “É uma atividade que dá retorno financeiro e exige pouco investimento, sendo alternativa para a criação de ocupação, emprego e renda para as pessoas que fazem parte da agricultura familiar, principalmente porque o mel dessa abelha tem mais valor agregado e, portanto, é vendido a um preço maior no mercado”, lembrou Martins.
Na Baixada Maranhense, a atividade começou a ser discutida há cerca de 15 anos e, para Martins, é possível verificar um avanço realmente significativo, tanto no manejo das colmeias quanto, principalmente, no conhecimento dos meliponicultores.
ATIVIDADE SUSTENTÁVEL E RENTÁVEL
A apicultura inclui a criação, o manejo da abelha e enxames, a extração e a comercialização de mel e seus produtos. A atividade consolidou-se através dos tempos, principalmente, a relacionada à criação da abelha com o foco na produção de mel que é vista como prática sustentável e que gera um produto de alto valor nutritivo.
Nos últimos anos, a atividade ganhou destaque no mercado de comoditties e, de acordo com dados da Associação Brasileira dos Exportadores de Mel (Abemel), o ano de 2014 foi o melhor ano da exportação de mel brasileiro da história, ultrapassando as 25 mil toneladas e alcançando a cifra de U$ 98,576 milhões – algo em torno de R$ 380 milhões.
Esse resultado representa um crescimento de 82% em valor exportado na comparação com o ano de 2013 e expansão de 56% em termos de volume, garantindo ao Brasil a 8ª colocação entre os maiores produtores e exportadores do produto do mundo.
Com a criação das abelhas, além do mel, é possível explorar produtos como pólen apícola, geleia real, abelhas rainhas, cera, própolis e a apitoxina – que é o veneno das abelhas, que tem valor comercial por causa das propriedades anti-inflamatória, analgésica, antidepressiva, imunomoduladora, hipotensora e antitumoral.
TEXTO: Gisele Amaral
Unidade de Comunicação e Marketing (UCM)
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