Porque Lula pode ganhar em 2018

Ainda tem muita água correndo embaixo da ponte, mas a tendência é de crescimento da candidatura de Lula para a disputa de 2018. O petista era favorito no primeiro turno e já aparece como imbatível também da etapa decisiva.
É o que diz a pesquisa CNT/MDA. Lula lidera em todos os cenários e para desespero dos adversários bate em Marina Silva (Rede), Aécio Neves (PSDB) e Michel Temer (PMDB).
Como explicar isso? Por que Lula foi tão agendado negativamente nos meios de comunicação e lidera as intenções de voto? Alguns pontos são relevantes para a análise. Vejamos:
1 – HERANÇA DO PT
Lula colhe o legado de várias ações dos governos petistas: redução da pobreza, geração de empregos, valorização do salário mínimo, mobilidade social e realizações significativas para milhões de brasileiros, a exemplo da casa própria.
2 – QUASE TODOS IGUAIS
Há uma certa frustração gerada com o impeachment de Dilma Roussef (PT). As pessoas que foram às ruas de verde e amarelo, muitas induzidas pela onda golpista, assistem ao filme da corrupção com novos atores.
O problema, portanto, não era exclusividade do PT. Entre ficar com o PMDB e sofrer com a corrupção e a crise, o eleitor pode optar pela volta do PT. Algo mais ou menos assim: eu era feliz e não sabia.
3 – ÉTICA DESCARTÁVEL
A tendência de vitória do petista também aponta que o conteúdo ético pouco importa. O eleitor já entendeu que, no geral, os partidos estão nivelados por baixo.
Sendo a corrupção a regra do jogo, é melhor optar pelo surrado chavão malufista: “rouba, mas faz”.
4 – LULISMO
A liderança de Lula reitera um ensinamento antigo: o eleitor vota no candidato, independente do partido. Portanto, de nada adiantou enquadrar o petismo como a legenda mais corrupta do Brasil.
O presidente de honra do PT, figura mais representativa e associada à estrela vermelha, lidera a corrida sucessória e pode ganhar a eleição. O lulismo está acima do PT. É a figura mítica de Lula que se sobressai ao partido.
5 – PODER ABALADO
As pesquisas também servem para abalar o conceito de que a grande mídia tudo pode no quesito da manipulação do eleitorado. A tentativa de colocar o PT no estrelato da corrupção teve um limite e o exagero de macular o petismo provocou desconfiança da cobertura jornalística.
Obviamente, cabe nesse tópico a força das redes sociais utilizadas na defesa do campo petista. Em síntese, o eleitor faz as contas diante dos três cenários razoavelmente consolidados. A opção pelo PSDB, sócio de Michel Temer (PMDB), é sofrimento em dose dupla: crise e corrupção.
A saída Marina Silva (Rede) é uma aventura. Entre a certeza de que vai ficar ruim com os tucanos e a dúvida de uma candidatura alternativa, a tendência do povo é colar em Lula, que deu certo e pode vingar de novo.
Se não for preso ou morto, Lula pode voltar ao Palácio do Planalto. E terá a chance de ficar melhor se corrigir os erros do passado.