POR ANA FLÁVIA: Por que votar em Meu Pai?

ANA FLÁVIA – São Luís do Maranhão, 2016. Ana Flávia, 17 anos. Graduando em Letras pela Universidade Estadual do Maranhão. Redatora na empresa Uema e atriz na empresa Incena.
- Por que votar em meu pai? Qualquer resposta que darei, parecerá pretensiosa e falsa por dois motivos:
- 1º – Ele é meu Pai.
- 2º – O momento pessimista e infelizmente real, no qual vivem os brasileiros atualmente.
Tentarei ser mais perspicaz possível, explicar o motivo pelo qual eu votaria em Ismael Filho, mesmo que não fosse aderente a ele. Sempre tive uma visão desacreditada politicamente de nosso país, acredito que não só eu como a maioria de nós cidadãos. Via todo aquele circo em Brasília e a sensação pertinente era de profunda tristeza; logo associava todo aquele dinheiro público desviado a todas as vezes que dependi do Sistema Único de Saúde e sequer havia soro nos hospitais; a todas as greves de professores por aumento ou por condições básicas de ensino; às escolas do interior do Maranhão feitas de taipa e barro e ao luxo que vivem os nossos representantes políticos às custas do lanche de milhares de crianças.
São nessas entrelinhas de desonestidade, que se perde a esperança de um povo tão sonhador. É nesse contexto que surge a então ideia de meu pai, corajosa, porém difícil. Difícil porque não temos dinheiro pra comprar votos, difícil porque nada é dado hoje senão por conveniência, difícil porque entrar nessa alcateia de lobos mal intencionados te exige, automaticamente, que seja o mesmo. Mas dentre tantas dificuldades, a maior de todas elas é querer entrar nesse mundo sendo quem realmente é, honesto, pobre e humano.
Pois a autonomia hoje é dada a quem é “grande” e a quem faz qualquer coisa – não pelo povo – mas pelo poder. A certeza que tenho é de que jamais verei meu pai prejudicar alguém em detrimento de seus próprios interesses, não por ser meu pai, mas por ser o homem que ele sempre foi desde sempre. Por muitas vezes chamado de ‘sonhador demais’ por querer mudar aquilo que era errado.
Desde pequena, notava que a justiça, por parte dele, era algo que deveria ser feito acima de tudo. Jamais alguém o viu com ‘espertezas’ financeiras, seja no seu trabalho ou dentro de casa. E talvez, por esses motivos de caráter pessoal dele, jamais lhe passara pela mente em se candidatar a algum cargo público; justamente por saber que esse mundo é reservado exclusivamente a falsos moralistas com poder aquisitivo suficiente pra comprar um voto por uma dentadura. Resolvi desabafar por meio do que mais gosto de fazer, escrever. Não por interesse pessoal, mas sim por acreditar em um cidadão que, tendo poder para isso, fará o que estiver a seu alcance para ajudar aqueles que realmente necessitam e sentem na pele, o descaso do Poder Publico do nosso tão amado Brasil.
Atenciosamente, Ana Flávia (Estudante Universitária).