O jogo político imita o futebol, mas desafia a química…

Um ano antes de qualquer eleição não tem cidadão sujo, todo mundo é puro e leal. Basta registrar sua candidatura no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que as mazelas começam aparecer. E isso não é puramente só no Brasil, em qualquer lugar do mundo a tática é usada da mesma forma. No Brasil tem um diferencial, alguns profissionais são usados e tornam-se verdadeiros cão-de-caça de determinados candidatos. É errado? Não.
No Maranhão, a briga é bem mais acirrada. A imprensa se envolve, veículos de comunicação usam seus profissionais como combatentes, e até mesmo Jornalistas, Blogueiros e Radialistas independentes alugam seus espaços para “triturar” alguns candidatos. A regra é clara: “candidatos sujos não podem concorrer a cargo público”, mas o STF (Superior Tribunal Federal) bebeu da mesma cachaça dos gestores corruptos, e passou uma borracha de duas cores para tentar apagar as manchas. A Imprensa não perdoa.
Este ano, os candidatos aos cargos de vereador e prefeito, temeram mais a imprensa, do que a justiça. Parece que os papeis se inverteram: o quarto poder assumiu o lugar da justiça e a justiça se conteve com o quarto poder. Hitler dizia que temia mais a imprensa do que um exército com cem mil homens armados. E isso aconteceu nesta eleição no Maranhão. A prova concreta da força da imprensa no Estado, é que “os últimos foram os primeiros e os primeiros foram os últimos”, como a Bíblia Sagrada relata em (Mateus 20:16, Lucas 17:17,18). Neste caso me refiro à candidata Eliziane Gama (PPS), que liderava as pesquisas e chegou muito atrás no resultado final.
Em São Luís, a eleição teve um caminho bem diferente do que muitos esperavam. As primeiras pesquisas desde 2014 mostravam Eliziane na frente e Edivaldo Holanda Jr, muito distante da vontade de seu Grupo. A primeira tática foi convencer Edivaldo Jr a trocar de partido, e isso aconteceu. O prefeito de São Luís deixou o PTC e se filiou no PDT, partido historicamente conhecido como maior investidor na educação pelo fiel Brizola. Até nesse momento, Eliziane Gama não tinha concorrente, todos achavam que Edivaldo Holanda Jr iria desistir da reeleição por causa da rejeição. Foi um equívoco de quem pensou nessa hipótese. Edivaldo Jr usou uma passagem Bíblica que diz: “quando o justo governa, o povo se alegra, mas quando o ímpio domina, o povo geme” (Provérbios 29:2). A partir daí, o pedetista começou sua luta em busca de mostrar trabalho, já que dois anos haviam se passado e nada havia sido feito. A tarefa era árdua, mas a luta era grande.
Levando a visão do campo político para o campo futebolístico, seria como se Edivaldo estivesse na zona de rebaixamento na 24ª rodada e tivesse que lutar para entrar no G2 em um campeonato de 48 rodadas (4 anos). E não é que isso aconteceu! Edivaldo saiu justamente dessa zona perigosa, e chegou ao segundo turno como o mais votado com 240 mil votos.
A eleição de São Luís parecia mesmo um campeonato futebolístico de mata-mata. Os favoritos ficaram pelo meio do caminho, e um “Azarão” chamado Eduardo Braide (PMN), chegou à grande final para disputar o troféu – La Ravardiére 2016. Sabe aqueles campeonatos onde times com menor investimentos surpreendem? Pois é, Braide se tornou o Pinheiro Atlético Clube (PAC) de 1996 – vice-campeão maranhense, o JV Lideral em 2009 – campeão maranhense, o Juventude-RS em 1999 – campeão da Copa do Brasil em cima do todo poderoso Botafogo, Santo André-SP – campeão em 2004 em cima do Flamengo, e Paulista de Jundiaí-SP – campeão em 2005 contra o Fluminense pela Copa do Brasil.
Mas a análise é política, o futebol entrou no texto como referência aos acontecimentos nos últimos dois meses. Em São Luís a política superou a química, onde ingredientes heterogêneos se uniram e formaram uma mistura homogênea. No meio da comunicação Weverton Rocha (PDT) se uniu ao empresário Edinho Lobão Filho (PMDB) e arrendou o “Grupo Difusora de Comunicação”, hoje chamado pelos opositores de “Sistema PDT de Comunicação”. E foi justamente na Difusora, que as polêmicas sobre as eleições municipais foram criadas pelos profissionais. Braide chegou a confrontar os jornalistas Jeisael Marxs e Clodoaldo Corrêa e os blogueiros John Cutrim e Leandro Miranda durante sabatina na TV, e isso virou um “Ziriguidum” nas redes sociais. Jeisael foi massacrado pelos internautas, como qualquer outro bom Jornalista poderia ter sido também.
Enquanto isso, Edivaldo Jr corria atrás de votos, para se manter na ponta até às 20h de domingo (30), quando encerra de vez essa disputa. Mas nos bastidores de alguns veículos de comunicação, a fatura de acordos propagandísticos está sendo cobrada através de avisos (Matérias negativas), um desrespeito ao candidato, já que o contrato entre ambos, se é que existe, foi assinado por trás das câmeras. É a política do Maranhão, que desafia a química a todo instante.
Diante de seu eleitorado, ninguém quer ser Sarneysista. No silêncio da noite, todos os candidatos querem o apoio do Mister da política nacional. Mas, o mais engraçado, é que qualquer Sarneysista só não presta quando está do outro lado. Uma confusão na cabeça dos eleitores ludovicenses. Até os ex-secretários de Castelo entraram na salada de “podres e fedendo”, inclusive o próprio Eduardo Braide, que disputa a prefeitura.
Nos programas eleitorais era pra ser exibida a seguinte frase: “Proibido para menores de 18 anos”, um crime contra a honra, já que a baixaria gira a todo instante. Até a lei que protege crianças é desrespeitada. São usadas imagens de menores como forma de publicisar o candidato, uma tática usada por todos.
Um mente, o outro desmente. No final de tudo, um chora e o outro vai enxugar as lágrimas, porque assim funciona na política. E os eleitores vão chorar abraçados e arrependidos. Mesmo assim, a vantagem de Edivaldo Holanda Jr é muito grande em comparação ao seu adversário Eduardo Braide. É como se Edivaldo estivesse goleado Eduardo por 4×0 no primeiro confronto, e agora Braide tivesse que vencer por 5×0 para conquistar a taça. Porém como todo jogo, tudo pode acontecer. Quem vai entrar em campo no dia do jogo, são os torcedores (eleitores), que até agora estão nas arquibancadas…
No próximo artigo, falaremos da missão e do compromisso de políticos para almejar o poder…