BEQUIMÃO

Juca Martins: O gigante da política bequimãoense

POR CÉSAR PAIXÃO –  Não acho razoável que se entenda que o legado de uma vida – todo o esforço humano para se deixar algo para outras gerações – seja o produto de uma luta em vão, sem méritos e sem memória, como acham alguns pessimistas. Se assim fosse, não lembrávamos de Einstein, Garcia Márquez, Miró, Gaudí e Drumond, apenas para citar alguns mestres das ciências e das artes. Mas as artes têm as suas funções: entreter, comover, emocionar. A ciência também: está em sintonia com o progresso. Não é como a política, muita vez confundida com “politicalha” (ou política canalha) nas palavras de um outro mestre, Rui Barbosa, que segundo ele, essa é a política que agride, repulsa e exclui.
Há quem faça da política uma arma mortífera. Há quem faça da política uma arte. Há aqueles que agregam a força de uma população em função de uma causa. Essa semana Bequimão foi impactada com a morte de um gigante da política local, que surgiu para ela aos 20 anos de idade e sucumbiu aos 79, em decorrência de uma enfermidade. Mas que agregou em torno de si multidões, de gerações diferentes, por seu caráter amigável, parceiro, e sempre disposto a resolver questões de variadas procedências em favor de seus munícipes.

Dr. Juca era assim, um engenheiro da política, um poeta do diálogo. Tratava seu povo com carinho, e, às vezes, de forma impetuosa, quando necessário. Mas nunca com desrespeito. Como na política “não se pode agradar a todos”, à base desse chavão, compreenda-se a razão por que muitos o odiassem, mas em número bem maior os que o amavam.
Dr. Juca deixa, portanto, um legado ao povo de Bequimão, não só como homem de caráter ilibado, mas com seu jeito próprio de fazer política: posicionamento único, incansável, que parecia estar sempre preocupado em fazer algo em prol de sua cidade. Homem que nunca se curvou diante das adversidades; que teve fôlego para aos 60 anos sentar-se em uma carteira de universidade. Que desafiou a morte, quando teve seu ultimato anunciado. Que dizia “não ser o grito um inimigo capaz de render-lhe, mas que antes ouvia de onde vinha o grito”. Que acumulou algumas derrotas políticas, mas que como a “Fênix” da mitologia ressurgia das cinzas para vencer mais um pleito dos seus adversários. Um forte que só sucumbiu diante da morte! Que tu, mestre da política e da bravura, descanse em paz e tenha seu exemplo como legado, perpetuado por outras gerações desta Terra que foste tu o pioneiro.

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