POLÍTICA

Desigualdade política: Paula Azevedo, Iracema Vale e Flávia Gonzalez em destaque e contraste

Prefeita de Paço do Lumiar não recebe de Carlos Brandão o mesmo tratamento dado a Iracema Vale e Flávia Gonzalez

Ao trilhar seu caminho como governador, Carlos Brandão (PSB) viu seu trajeto entrelaçado com várias personalidades políticas, entre elas, três mulheres notáveis: a deputada estadual Iracema Vale (PSB), presidente da Assembleia Legislativa; a prefeita de Paço do Lumiar, Paula Azevedo (PCdoB); e a futura conselheira do Tribunal de Contas do Maranhão, Flávia Gonzalez.

Das três, no exercício do cargo, Paula Azevedo foi quem desempenhou um papel crucial em 2022 para assegurar a reeleição, ainda em primeiro turno, de Carlos Brandão. Naquela época, na sexta maior cidade do Estado, um fato atípico chamou atenção: situação e oposição caminharam lado a lado com o mesmo objetivo: manter o então inquilino no Palácio dos Leões.

Para alcançar tal feito, para um, no caso o empresário e advogado Fred Campos, candidato derrotado no pleito municipal de 2020 – foram assegurados mais de R$500 milhões de reais em contratos entre a empresa Qualitec e o Estado, enquanto para a outra, digo, a prefeita Paula Azevedo – apenas promessas, até então não cumpridas.

Já a então desconhecida ex-vereadora e ex-prefeita de Urbano Santos – Iracema Vale, eleita a deputada mais votada do Maranhão, tornou-se a primeira mulher a comandar o Legislativo Maranhense, quebrando um tabú de quase 200 anos. A narrativa do governador destacava essa decisão como um marco na representatividade feminina.

A procuradora do TCE, Flávia Gonzalez, recentemente indicada também para ser a primeira conselheira mulher após mais de sete décadas, contribui para ratificar o argumento de outrora, ou seja, as oportunidades asseguradas às mulheres pela atual gestão.

Entretanto, sabe-se lá porquê, o tratamento a Paula Azevedo destoa, levantando questionamentos sobre as razões dessa discrepância. A especulação sobre sua origem humilde e a ligação com figuras políticas poderosas estão sendo tema de debate. Recentemente, duas situações envolvendo a prefeita luminense chamaram atenção.

A primeira foi uma reunião na sede do Executivo Estadual com toda a cúpula do governo, em que a prefeita foi chamada e mesmo sem mandato ou coisa parecida, o adversário político dela também se fez presente. Na época, sem a menor cerimônia, uma foto foi sugerida para tentar passar uma ideia de aliança entre Paula Azevedo e Fred Campos. O segundo episódio ocorreu no sábado (16), durante a festa no Sítio Grande organizada por Campos, pré-candidato que tem o apoio do Palácio, e que contou com a presença da cúpula governista, incluindo Brandão.

No município, a cada movimento dos apoiadores de Fred, a bolsa de aposta sobe. Muitas são as perguntas que se tornaram uma verdadeira enxurrada nos grupos de WhatsApp e redes sociais: será que o governador e seus auxiliares são misóginos? Será que se a prefeita adviesse de uma família abastada, com nome e sobrenome ao invés de ter vindo da roça, esse seria o tratamento dispensado a ela? Existem aqueles que atribuem essa postura por conta do grupo político que Azevedo está inserida. Será?

A verdade é que fica evidente que, mesmo em um cenário político que realce os avanços para as mulheres nos espaços de Poder no Maranhão, em relação a Paula Azevedo, a desigualdade persiste, é gritante, clara e latente.

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