POLÍTICA

Conhecido por ser centralizador e individualista, Eduardo Braide vai ter que revisar suas atitudes a partir de janeiro

Chegada de Paulo Vitor à Presidência deve provocar mudanças na relação entre Executivo e Legislativo

Os dois lados da moeda. Se a filiação do prefeito de São Luís – Eduardo Braide ao PSD somada à aproximação do PRB lhe colocam em uma posição de boa competitividade para disputar à reeleição, olhando por outro prisma, a chegada do vereador Paulo Victor(PCdoB) ao comando do Poder Legislativo, deverá fazer com que o gestor ludovicense, para os próximos dois anos, repense a forma de conduzir a gestão municipal.

Com presença e propósitos distintos do atual presidente – vereador Osmar Filho (PDT), que a partir de 31 de dezembro deixa os quadros do legislativo municipal rumo à Assembleia estadual, de forma clara, uma leitura se abstrai dos vários pronunciamentos feitos pelo próximo presidente da Câmara Ludovicense: o Poder Legislativo, enquanto Poder, será prioridade.

Sabemos que o caminho será longo e tortuoso, mas gozando da simpatia dos seus pares e, ainda, do governador Carlos Brandão (PSB), o estilo arrojado, um maior investimento na qualificação técnica e a obstinação poderão ser o combustível propulsor para levar Paulo Victor ao Palácio La Ravaridere.

A importância da Câmara

Sem sombra de dúvida, por conta do grande número de postulantes a uma das 31 vagas à Câmara Municipal de São Luís, a quarta mais antiga do País, a vereança no maior colégio eleitoral do Estado sempre foi acirrada. Apontado como o político mais próximo do eleitor, o edil municipal representa a porta de entrada para que as ações do Poder Público, atendendo o pleito do cidadão e das entidades civis, cheguem à comunidade.

O individualismo, a centralização e o desrespeito ao parlamento, infelizmente, tem marcado a gestão do prefeito Braide, contudo em 2023, sob pena de inviabilizar seu projeto político para 2024, essa relação deverá ser revista. Em vários momentos da história política, o Parlamento Ludovicense teve um papel decisivo no processo sucessório vindouro, feito repetido em 2022, quando o apoio de mais de 70% dos vereadores de São Luís assegurou à reeleição do governador Carlos Brandão ainda no primeiro turno.

Dos 1.769.187 milhões dos votos válidos(51.19%), o socialista obteve na capital 256.029 mil (45,57%). Levando em conta os 142.171 mil votos dos 31 eleitos em 2020, e a declaração de apoio de 22 com seus 99.519,70 mil votos, em uma análise matemática simples, conclui-se que mais de 35% da votação de Brandão em São Luís foi uma conquista dos vereadores.

Desta feita, mesmo com os últimos movimentos junto ao PSD e PRB, contando, a partir de então, com o apoio de apenas 3 dos 31 vereadores, exceto que seja doido, inábil ou devoto de São Tomé, o prefeito vai permitir que, sob a batuta de Paulo Victor, a ausência de diálogo com os atuais inquilinos do Palácio Pedro Neiva de Santana coloque em cheque o projeto de reeleição, razão pela qual é grande a expectativa na mudança comportamental de Braide a partir de janeiro.

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